preparatórios devem ser realizados por imitação professor-aluno. Em relação à instrumentação, as
propostas de AKOSCHKY e VIDELA (1967) e ROCHA (1986) incluem peças para a prática de conjunto
com utilização de instrumentação variada, apresentando arranjos que mesclam partes para flauta doce
e instrumentos de percussão de altura determinada (xilofones e metalofones) e indeterminada
(triângulo, tambores, pandeiro, clavas, etc), enfatizando o trabalho em grupo. O método de
MÖNKEMEYER (1976) diferencia-se dos anteriores por mesclar a coletânea de músicas para flauta
com exercícios técnicos, propondo que o trabalho com as músicas apresentadas seja antecedido por
exercícios específicos para o desenvolvimento da técnica instrumental. Nesse sentido, a técnica e a
literatura são abordadas separadamente, sempre nessa seqüência. MASCARENHAS (1978) também
propõe que a técnica instrumental anteceda a execução do repertório proposto, mas sua abordagem
difere daquela proposta por MÖNKEMEYER (1976) porque, ao invés de intercalar atividades de
técnica e literatura, MASCARENHAS (1978) coloca que, primeiramente, o aluno deve dominar toda a
escala de dó maior, para então iniciar o estudo do repertório.
Quanto aos estilos e gêneros musicais selecionados, em FRANK (1980) predominam as
canções didáticas compostas pela autora, sendo, gradativamente, introduzidas canções folclóricas de
vários países ocidentais. Já o repertório de TIRLER (1970) é composto, basicamente, por canções do
folclore brasileiro. SANTA ROSA (1993) propõe a execução de músicas folclóricas e populares. O
método de MASCARENHAS (1978) apresenta, na primeira parte, canções do folclore brasileiro, na
segunda são incluídas músicas do folclore alemão, francês, português, japonês, americano, italiano e
argentino, já as últimas músicas do método são eruditas. HEILBUT (19??) utiliza músicas de autoria
própria e do folclore alemão. MÖNKEMEYER (1976) propõe um repertório orientado pela tradição
musical européia, incluindo músicas folclóricas e composições dos períodos renascentista e barroco.
Na edição brasileira também foram inseridas músicas do nosso folclore. O método de AKOSCHKY e
VIDELA (1967) apresenta um repertório bastante variado, incluindo rimas e adivinhações populares,
canções do folclore argentino e universal e músicas criadas por professores e alunos, sendo que todas
elas podem ser cantadas e/ou tocadas. O repertório proposto por ROCHA (1986), todo composto pela
autora, caracteriza-se por uma vivacidade rítmica, incorporando, desde as primeiras peças, elementos
bem característicos da música brasileira. A proposta de KÜNTZEL-HANSEN (1985) diferencia-se das
demais por incluir amplas experimentações sonoras com o instrumento e utilizar notações gráficas,
incluindo músicas que incorporam efeitos não convencionais da flauta doce utilizados na música do
século XX.
Quanto ao tipo de atividades musicais, a maior parte dos métodos analisados limita-se a propor
atividades de execução instrumental e/ou vocal (FRANK, 1980; MASCARENHAS, 1978;
MÖNKEMEYER, 1976; SANTA ROSA, 1993 e TIRLER, 1970). Já as obras de AKOSCHKY e VIDELA
(1967), HEILBUT (19??), KÜNTZEL-HANSEN (1985) e ROCHA (1986) incluem também atividades de
improvisação e composição musical. Apenas a obra de AKOSCHKY (1977), que complementa o
método de AKOSCHKY e VIDELA (1967) faz referência a atividades específicas de apreciação
musical. Este último também caracteriza-se por abordar as mesmas questões de formas variadas,
sendo as mesmas dificuldades (técnicas e musicais) trabalhadas de formas diferentes. As rimas e
adivinhações populares, por exemplo, são utilizadas para iniciar a execução por leitura, para
incorporar um novo ritmo e realizar pequenas orquestrações. Para fins de exercício auditivo também
há algumas canções para serem transpostas e jogos de reconhecimento de melodias. Nesse método,
assim como no de ROCHA (1986), são alternadas atividades de execução por imitação e por leitura
de partitura.
Em relação aos objetivos e conteúdos, podemos observar duas tendências centrais nos
métodos analisados: (1) ênfase no domínio progressivo das técnicas de execução instrumental e
leitura musical e (2) ênfase na aprendizagem de conteúdos musicais amplos. Em relação a este
segundo enfoque, AKOSCHKY (1977) revela que sua obra persegue, como objetivo fundamental, a
vinculação do ensino instrumental com os conhecimentos musicais, destacando que, desde o início
do ensino as atividades não carecem de um sentido musical e de comunicação grupai. Nesse sentido,
observamos que todas as músicas apresentadas no método de AKOSCHKY e VIDELA (1967) têm
indicações de caráter expressivo, o que demonstra a valorização desse aspecto interpretativo-
musical. Para o planejamento de ensino, AKOSCHKY (1977) adota o modelo utilizado pelo Conselho
Nacional de Educação da Argentina, o qual é elaborado com base nas seguintes áreas: técnicas de
execução da flauta doce, som, canto, ritmo, melodia, harmonia, forma, gênero, estilo e caráter. As
obras de AKOSCHKY e VIDELA (1967) e AKOSCHKY (1977) demonstram a preocupação dos autores
em discutir alguns princípios que norteiam seu trabalho. Nos demais métodos citados, as concepções
de ensino do autor estão implícitas em sua abordagem metodológica, não sendo discutidos os
objetivos, conteúdos ou critérios utilizados pelo autor para selecionar o