Ditadura militar : o ensino de história frente às disputas de narrativas e memórias

Abstract

Este trabalho aborda as disputas de memória e narrativas em torno da Ditadura Militar. Por ser uma história recente, está suscetível a negacionismos e relativismos. Esse debate ganhou espaço com o crescimento de uma “nova direita”, essencialmente a partir dos protestos de junho de 2013 no Brasil e por causa dos trabalhos desenvolvidos pelas Comissões da Verdade em todo o país. As falas que negam ou relativizam a ditadura ganharam nas mídias sociais o veículo para atingir um maior número de pessoas, ecoando no espaço escolar. Para desenvolver a criticidade dos estudantes diante das fontes, propusemos um trabalho em ensino de história, inserido no campo da história do tempo presente. Para analisá-las, utilizamos o recurso da memória, ancorado no conceito de memória coletiva e na teoria da Análise do Discurso. O tema foi abordado na espacialidade da História Local, mas em diálogo com uma história mais “universal” do país. Foram analisados relatos orais, somados a documentos oficiais e à pesquisa bibliográfica para a concepção do produto: um caderno de atividades, que dialoga com um material audiovisual disponível no espaço virtual, em uma página no Google Sites. As narrativas e memórias dos perseguidos foram acessadas pelo site do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular do Rio Grande do Norte (CDHMP-RN), pelos canais do Youtube TV DHnet e Roberto Monte e através dos relatórios da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão da Verdade da UFRN (CV-UFRN). As dos militares e dos que relativizam ou negam a ditadura, foram analisados por meio do projeto de história oral do Exército, 31 de março - o movimento revolucionário e sua história e em vídeos publicados por canais de direita na plataforma do YoutubE.